Análise
08/05/2024 • 3 mins de leitura
Monte Bravo Analisa | Copom reduz taxa Selic para 10,50% a.a.
Após a reunião desta quarta-feira (08), O Comitê de Política…
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O IPCA-15 de junho registrou alta de 0,26%, abaixo da nossa expectativa e do consenso do mercado.
O IPCA-15 foi benigno, com desaceleração dos núcleos — tanto em serviços quanto em bens. No curto prazo, a inflação tem sido beneficiada pela reversão dos choques de alimentos e da depreciação do câmbio.
A inflação permanece acima da meta, mas o processo de desinflação tem se mostrado mais nítido. Esse cenário deve permitir que o Banco Central mantenha a taxa Selic em 15,00% ao ano por um período prolongado, com espaço para retomar os cortes de juros a partir da reunião de janeiro de 2026.
A surpresa positiva veio do menor reajuste de passagens aéreas, da deflação de serviços de entretenimento e cuidados pessoais. A deflação de alimentos se confirmou e o desconto de gasolina tem sido capturado de modo mais lento no IPCA em relação à queda anunciada na refinaria.
Os núcleos confirmaram a desaceleração na margem observada no IPCA de maio, com destaque para o núcleo de serviços, que vinha pressionado desde o início do ano. O núcleo de bens também perdeu força em junho, refletindo um repasse menor da depreciação cambial aos preços.
Os núcleos ficaram abaixo esperado, registrando alta de 0,31% em junho. A média móvel de 3 meses anualizada do núcleo recuou de 5,5% em maio para 4,9% em junho, ficando abaixo de 5,0% pela primeira vez desde novembro do ano passado. Em termos anuais, o núcleo ficou estável em 5,1%.
O núcleo de bens desacelerou na margem, passando de 0,50% em maio para 0,23% em junho. No acumulado de 12 meses, recuou de 3,7% em maio para 3,6% em junho.
Os serviços ficaram menos pressionados devido à alta de 0,8% de passagens aéreas, que ficou bem abaixo da expectativa de 5,0%. O núcleo de serviços, excluindo passagens aéreas, registrou menor pressão com alta de 0,42% em junho, com destaque para menor pressão de serviços bancários.
Em termos anuais, o núcleo de serviços seguiu em patamar elevado, ficando estável em 6,6% em junho. Embora o núcleo tenha arrefecido na margem, a trajetória em 12 meses segue bastante pressionada e é um dos fatores de desconforto do Banco Central com o cenário de inflação.
Projetamos alta de 0,27% no IPCA em junho, refletindo a continuidade da deflação de alimentos, reversão do choque de câmbio na inflação de bens e a moderação da inflação de serviços.
Por:
Alexandre Mathias | Luciano Costa | Bruno Benassi |
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora | Economista-chefe da Monte Bravo Corretora | Analista de Ativos CNPI: 9236 |