Após superquarta, intensificação do conflito no Oriente Médio volta ao centro das atenções

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Por: Guilherme Guerreiro
23/06/2025 • 2 mins de leitura
  • Nos EUA, Fed confirmou a expectativa de manutenção dos juros;
  • Por aqui, Copom optou por alta da Selic, mas anunciou o encerramento do ciclo de aperto;
  • Enquanto isso, conflito no Oriente Médio se agrava.

Na manhã deste domingo (22) o governo Trump forneceu detalhes sobre o bombardeio às centrais nucleares iranianas ocorrido no sábado (21). Os analistas militares dizem que o programa nuclear iraniano foi duramente afetado, mas não completamente eliminado. O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, declarou que não há novas operações militares planejadas e que o futuro dependerá das ações iranianas, por fim, enfatizou a disposição dos EUA para negociações diplomáticas.

A abertura de segunda-feira (23) deve mostrar uma queda dos ativos de risco, com um movimento de fuga para qualidade que deve apreciar o dólar e derrubar as taxas dos Treasuries norte-americanos.

No Brasil, o Copom elevou a Selic em 0,25 p.p. para 15,00% ao ano. O BC adiantou, no entanto, que “se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros”. Esta foi a primeira vez em que o comitê elevou a taxa Selic e, simultaneamente, sinalizou de forma explícita o fim do ciclo de alta. Desta forma, o Copom quebrou o padrão, pois a prática é era elevar os juros com uma comunicação cautelosa, sem indicar o encerramento do ciclo. A confirmação de que o ciclo havia terminado geralmente vinha na reunião seguinte, com a manutenção da taxa de juros.

Embora o Comitê tenha enfatizado que “seguirá vigilante” e que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, na prática — exceto pelo trecho mais curto — as curvas futuras dos prazos superiores a um ano se deslocaram para baixo, da mesma forma que ocorreria com a manutenção.

Ao inovar, o Copom fez uma “alta dovish”, difícil de compreender, pois a dinâmica teria sido a mesma com a mera manutenção. Paradoxalmente, o cenário de incerteza nos EUA produz fluxos que enfraquecem o dólar e beneficiam ativos do mundo inteiro, inclusive o Brasil, a despeito dos riscos fiscais e eleitorais.

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