Mercado segue monitorando conflito entre Irã e Israel e o papel dos EUA no imbróglio

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Mercados

O conflito no Oriente Médio se intensificou na quinta-feira, quando Israel bombardeou instalações nucleares iranianas, enquanto o Irã lançou ataques com mísseis e drones contra Israel.

Em um comunicado ontem, a Casa Branca informou que “Com base no fato de que há uma chance substancial de que negociações com o Irã possam ou não ocorrer num futuro próximo, tomarei minha decisão sobre ir ou não dentro das próximas duas semanas”.

Isso significa duas semanas de incerteza para os mercados financeiros, embora investidores ainda estejam inclinados a considerar o conflito no Oriente Médio como uma questão econômica local, e não global.

Os mercados também digerem os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell (veja detalhes adiante), feitos na quarta-feira, após a decisão de manter inalteradas as taxas de juros.

Os juros das Treasuries norte-americanas apresentam pouca variação na manhã de sexta-feira. A Treasury de 10 anos está em 4,40% e o papel de 2 anos negocia a 3,95%.

O índice do dólar, que mede a moeda norte-americana frente a uma cesta de pares principais, recua 0,40% e é negociado próximo de 98,60.

Os preços do ouro recuam nesta sexta-feira. O ouro à vista cai 0,50%, para US$ 3.355,49 a onça. Os preços do petróleo Brent devolveram os ganhos da sessão anterior nesta sexta-feira. Os contratos futuros do Brent recuam US$ 1,89, ou 2,40%, para US$ 76,96 o barril. Na semana, acumulam alta de 3,80%.

Os mercados asiáticos fecharam mistos na sexta-feira, após a China manter as taxas de referência inalteradas. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,26%, enquanto o CSI 300, da China continental, fechou estável, e o Nikkei 225, referência no Japão, recuou 0,22%.

Os mercados europeus abriram em alta, mas os futuros das bolsas norte-americanas apontam queda.

Na quarta-feira, aqui no Brasil, o Ibovespa fechou em baixa de 0,09%, aos 138.717 pontos. O dólar à vista fechou em queda de 0,04%, a R$ 5,5012.

Economia

China – O Banco Central (PBoC) manteve as taxas de juros de referência inalteradas nesta sexta-feira, após um corte de 10 pontos-base no mês passado. A taxa básica de juros para empréstimos (LPR) de 1 ano permaneceu em 3%a.a., e a taxa de 5 anos ficou em 3,5% a.a. Apesar da manutenção das taxas de juros, o governo deverá seguir estimulando a economia com novos cortes de juros e de compulsório dos bancos ao longo do 2° semestre desse ano.

EUA – O FED optou por manter a taxa de Fed Funds (juros base dos EUA) estável na faixa-alvo de 4,25% a 4,50% a.a. O comunicado mostra que a atividade econômica segue sólida, apesar da queda da confiança. O mercado de trabalho teve uma leve acomodação, mas segue robusto. Enquanto a inflação declinou, antes do efeito das tarifas, porém continua acima da meta, ao passo que a incerteza segue elevada.

Na entrevista, o presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou que o efeito das tarifas sobre os preços ainda não apareceu e que as projeções são altamente incertas, mas os dados vão permitir uma consolidação das visões no 3º trimestre. Na próxima página, foi incluída a sessão Monte Bravo Analisa – FOMC com a análise detalhada da decisão e os impactos sobre os investimentos.

Brasil – O Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25 p.p. para 15,0% ao ano, com votação unânime. No comunicado, o Copom adiantou que, em “se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma interrupção no ciclo de alta de juros” a fim de avaliar os efeitos sobre a economia.

A estratégia de anunciar previamente o final do ciclo é bastante incomum, pois tira muito do impacto desejado de uma alta. Embora o Comitê enfatize que “seguirá vigilante” e que “os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado.”; na prática, as curvas futuras dos prazos superiores a um ano deverão cair, da mesma forma que ocorreria com a manutenção.

De qualquer modo, a mensagem do BC é de que vai manter uma postura contracionista por um período prolongado para assegurar a convergência.

Na próxima página foi incluída a sessão Monte Bravo Analisa – Copom com a análise detalhada da decisão e os impactos sobre os investimentos.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre Mathias	Luciano Costa	Bruno Benassi
Estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora	Economista-chefe da Monte Bravo Corretora	Analista de Ativos CNPI: 9236