Mercados seguem atentos às negociações comerciais com os EUA

06/06/2025 • 4 mins de leitura

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Mercados

Os mercados globais continuam preocupados com as negociações comerciais dos EUA e com a falta de avanços concretos nas tratativas cujo prazo final está previsto para o início de julho.

Trump e Xi participaram de uma rara conversa direta entre líderes na quinta-feira (05). Foram abordadas as crescentes tensões comerciais e disputas sobre minerais estratégicos, embora pontos centrais permaneçam sem solução.

A disputa entre o presidente Donald Trump e Elon Musk, o homem mais rico do mundo, entrou em uma nova fase. O que começou com críticas públicas de Musk ao projeto de orçamento de Trump evoluiu para um confronto direto, com o presidente ameaçando suspender contratos públicos com as empresas de Musk. Musk, por sua vez, afirmou que Trump jamais teria sido reeleito sem sua contribuição durante a campanha.

O relatório de criação de vagas fora do setor agrícola referente a maio será divulgado antes da abertura do mercado nesta sexta-feira (06). A mediana das expectativas projeta a abertura de 125 mil empregos.

A taxa de juros do Treasury de 10 anos subiu nesta para 4,40% nesta quinta, enquanto a taxa dos papéis de 2 anos avançou mais acentuadamente, para 3,93%. Os títulos de 30 anos permaneceram estáveis, com a taxa em 4,89%. Os movimentos desta quinta refletem uma reação às fortes quedas observadas na quarta-feira, impulsionadas por uma série de indicadores econômicos mais fracos nos EUA.

O dólar recuou na quinta-feira, mas voltou a subir na manhã desta sexta. O índice DXY apresenta alta de 0,20%, alcançando os 98,90 pontos. O ouro opera em leve alta nesta sexta, com o preço à vista subindo 0,50%, para US$ 3.368,49 por onça.

Os preços do petróleo estão em alta hoje, a caminho do primeiro ganho semanal em três semanas. Os contratos futuros do Brent subiram US$ 0,11, ou 0,20%, para US$ 65,45 por barril.

Os mercados da Ásia encerraram o pregão sem direção única. As bolsas europeias abriram estáveis, enquanto os futuros das ações nos EUA operam em leve alta.

Ontem, aqui no Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 0,56%, aos 136.236 pontos. O dólar fechou em queda de 1,06%, cotado a R$ 5,5860 — o menor nível desde outubro de 2024. Apesar disso, os juros fecharam em alta ao longo de toda a curva, sob pressão do risco fiscal.

Economia

Zona do euro: O Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, levando a taxa de depósitos para 2,00% ao ano, próximo do nível neutro. A decisão foi baseada em fundamentos como hiato do produto praticamente zerado, crescimento em linha com o potencial e sinais de moderação em salários e inflação de serviços. A valorização do euro frente ao dólar também ajudou na convergência da inflação à meta de 2%. As projeções para a inflação subjacente seguem em 1,9% para 2026 e 2027.

Apesar disso, o BCE deve manter os juros estáveis ao longo desse ano diante das incertezas ligadas às negociações tarifárias com os EUA. A autoridade monetária trabalha com dois cenários: um adverso, com piora das tensões comerciais, e outro benigno, com resolução positiva, o que elevaria crescimento e inflação. Embora considere a inflação sob controle, o BCE permanece vigilante quanto aos riscos fiscais e geopolíticos. O mercado, que esperava novo corte em setembro, agora aposta na manutenção dos juros no segundo semestre.

EUA: O déficit comercial caiu 55,5% em abril e atingiu US$ 61,6 bilhões — o menor valor desde 2023 , revertendo o aumento observado no primeiro trimestre, quando empresas anteciparam importações devido ao aumento de tarifas. O resultado ficou bem abaixo das expectativas do mercado (US$ 66 bilhões), impulsionado por uma queda recorde de 16,3% nas importações e um crescimento de 3% nas exportações.

A forte retração nas compras externas foi resultado da aplicação de tarifas mais altas sobre a maioria dos produtos importados a partir de 2 de abril, o que reduziu significativamente os embarques internacionais. As importações de bens de consumo caíram US$ 33 bilhões, com destaque para produtos farmacêuticos. Também houve quedas em bens industriais, veículos e equipamentos. O déficit com a China foi o menor desde o início da pandemia.

Brasil: O superávit comercial brasileiro foi de US$ 7,2 bilhões em maio, abaixo das expectativas devido a exportações mais fracas, que somaram US$ 30,2 bilhões. As importações também vieram levemente abaixo do esperado, mas o saldo ficou 12,8% inferior ao de maio de 2024. No acumulado do ano, o superávit atinge US$ 24,4 bilhões, uma queda significativa em relação aos US$ 35,3 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, com destaque para o aumento de 12,2% nas importações em relação a 2024.

O cenário para os próximos meses é incerto: o crescimento esperado dos embarques de soja e o aumento das vendas para os EUA podem impulsionar as exportações, mas a demanda doméstica aquecida e o avanço das importações chinesas sugerem continuidade da pressão sobre o saldo comercial.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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Por:

Alexandre MathiasLuciano CostaBruno Benassi
Estrategista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Economista-chefe
da Monte Bravo Corretora
Analista de Ativos
CNPI: 9236

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