Desemprego na mínima reflete vagas extras de fim de ano, afirma economista

28/11/2025 • 2 mins de leitura

O IBGE divulgou nesta quinta-feira (28) os dados da PNAD Contínua referentes ao trimestre móvel encerrado em outubro. A taxa de desemprego recuou para 5,4%, o menor nível desde 2012. Segundo Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, o movimento está ligado principalmente à redução no número de pessoas buscando trabalho. Ele afirma que a ocupação também caiu, mas em ritmo menor, o que explica a queda da taxa. Costa destaca ainda que parte do efeito atual decorre das contratações temporárias típicas do fim do ano.

O economista aponta que os dados do Caged divulgados na véspera reforçam a leitura de desaceleração da atividade. Os setores mais sensíveis ao ciclo econômico, como construção, indústria e comércio, mostraram menor geração de vagas. Nesse contexto, Costa avalia que o consumo das famílias deve seguir em crescimento moderado no fim de 2025 sustentado pela renda, mas com limitações nas vendas dependentes de crédito devido ao juro alto e à maior seletividade dos bancos.

Para a política monetária, o economista afirma que o comportamento da ocupação importa mais do que a taxa de desemprego. Segundo ele, a perda de fôlego no mercado de trabalho tende a aumentar a probabilidade de cortes na Selic à frente, caso a menor criação de vagas contribua para reduzir pressões sobre a inflação de serviços. Ainda assim, ele ressalta que a produtividade segue limitada por fatores estruturais, como baixo nível de investimento e entraves de qualificação. Para 2026, a Monte Bravo projeta uma taxa de desemprego ao redor de 6%, com geração mensal de vagas abaixo do necessário para manter o indicador estável.